Foi-se embora, como todos os outros.
Não foi uma perda, não foi um ganho, muito menos foi um adeus. Nunca tive comigo, nunca precisei abrir mão.
Acreditava eu que ficaria, acreditava que voltaria.
Mas nunca foi meu, nunca foi comigo, nunca foi por mim.
Eu dizia não querer, não fiz durar, não fiz permanecer, não reguei, não cuidei, não cresceu, nem viveu, nem morreu.
Conversei tanto, vi uma vez, vi duas vezes, conversei muito mais. Foi se apagando, foi distanciando, foi ganhando asas. Pousou onde?
Sempre lembrando, sempre pensando, sempre desejando.
Ensaiei a volta, treinei o quero de novo. Vou falar algo engraçado, vou direto ao ponto, vou pedir pra voltar.
Voltar ao que? Só volta de onde partiu, mas teve lugar?
Sempre foi passagem, nunca apeguei, nunca segurei, foi sempre livre.
Dias, semanas e meses. Coragem.
Indo atrás, vi longe na rua, longe em distância, longe em sentimento, longe de mim.
Tinha mais um, não era eu? Não era eu. Nunca seria eu.
Mais um. Parecia ninho, parecia abraço, parecia início, parecia florescer.
Perdi, mas nunca achei. Dei adeus, foi embora, mas nunca nem lugar aqui teve.
Coragem, na hora errada.
Em outro foi carinho, é paixão, vai ser amor.
Em outro poderá perder, pois foi achado. Em outro poderá ser partida, pois hoje é chegada. Em outro poderá ser fim, pois hoje é começo.
Coragem, porque não antes?